Sintomas comuns:
•Dor latejante moderada a intensa em um ou ambos os lados
• Náuseas e/ou vômitos
• Sensibilidade à luz, cheiro ou som
• Piora com o movimento
Duração:
• 4 a 72 horas
• Considerado crônica quando ocorre: mais de 14 dias por mês durante mais de 3 meses.
A tradução de cada fase está detalhada no texto :)
O ponto mais alto da curva corresponde à fase dolorosa, mas temos diferentes fases com sintomas antes e depois da dor.
1) Córtex cerebral: aumento da sensibilidade a estímulos (como luzes, ruídos, cheiros), alterações de humor, desatenção, fadiga e alterações na cognição e na memória.
2) Processamento de entradas secundárias: participa da produção de sintomas, incluindo dor, alodinia (sensibilidade no couro cabeludo, por exemplo) e fotofobia (intolerância à claridade).
3) Alterações hipotalâmicas: ciclo sono-vigília alterado, bocejos, sensação de desconforto, sede excessiva, desejo por certos alimentos, aumento da frequência urinária, desconforto no pescoço, náuseas
Entendendo a Enxaqueca: a história de um caso real
Meus queridos neuro-leitores,
Há alguns meses, recebi em meu consultório uma paciente de 37 anos que vou chamar de F., uma uma mãe ativa e trabalhadora, mas cuja vida estava profundamente afetada pela enxaqueca. Ela compartilhou comigo sua jornada dolorosa que já se arrastava por anos: além de dificuldade em levantar da cama, a luz do dia parecia excessivamente brilhante e cada som mínimo ecoava como uma martelada, geralmente de um lado da cabeça e outras vezes parecia que a cabeça inteira estava sensível - foi assim que ela me descreveu a sensação. Às vezes até os cheiros a incomodavam e também havia episódios de dor acompanhados de muitas náuseas e até vômitos. F. estava enfrentando uma crise de enxaqueca, uma condição que vai muito além de uma simples dor de cabeça. A enxaqueca é uma doença neurológica complexa que afeta não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e social de milhões de pessoas em todo o mundo.
Estatísticas recentes revelam que cerca de 1 bilhão de pessoas são afetadas por enxaqueca globalmente, tornando-a uma das condições neurológicas mais prevalentes e incapacitantes conhecidas pela medicina moderna (Global Burden of Disease Study, 2022, The Lancet Neurology). Porém, o que torna a enxaqueca tão desafiadora não é apenas sua prevalência, mas também a variedade de fatores que podem desencadear e perpetuar as crises. Estudos têm sugerido que predisposições genéticas, alterações hormonais e até mesmo certos alimentos podem desempenhar um papel crucial no desencadeamento das crises de enxaqueca (Smith et al., 2023, Nature Reviews Neuroscience).
Vamos entender mais sobre essa doença complexa que é a Enxaqueca?
Qual a diferença entre enxaqueca e cefaleia? Enxaqueca é um tipo específico de cefaleia caracterizada por dor pulsátil, muitas vezes unilateral, que pode ser acompanhada por sintomas como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som.
O que é a enxaqueca e quais as suas causas? A enxaqueca é uma condição neurológica complexa, influenciada por fatores genéticos e ambientais. Estudos indicam que desregulações nos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, desempenham um papel crucial no desencadeamento das crises (Charles, 2018, The Lancet Neurology).
Quais são os tipos de enxaqueca? Existem dois tipos principais de enxaqueca: com aura e sem aura. A enxaqueca com aura é caracterizada por sintomas visuais (como visão embaçada, pontos cegos ou brilhantes como vagalumes ou linhas em zigue-zague que precedem a dor de cabeça). Além dos sintomas visuais, a aura pode se manifestar com sintomas sensoriais ou linguísticos que surgem antes da dor de cabeça, como ou formigamento nas extremidades e dificuldade temporária na fala. Na enxaqueca sem aura a dor de cabeça ocorre sem esses sinais premonitórios.
O que acontece no cérebro durante uma crise de enxaqueca? Durante uma crise de enxaqueca, ocorrem alterações complexas na atividade cerebral, envolvendo áreas como o córtex cerebral, o tronco cerebral e o sistema trigeminovascular. Acredita-se que essas alterações contribuam para a dor intensa e outros sintomas associados à enxaqueca (Noseda et al., 2021, Nature Reviews Neuroscience).
A enxaqueca tem várias fases (prodrômica, aura, fase dolorosa, pósdrômica). Como são e como diferenciar cada uma delas?
Fase Prodrômica (antes do início da dor): Caracterizada por fadiga, sonolência, bocejos frequentes, dificuldade de concentração, pensamento lentificado, rigidez muscular, principalmente no pescoço, diarreia, falta de apetite, sede excessiva, aumento da frequência urinárias e desejos por determinados alimentos (geralmente, doces, como o chocolate).
Aura: Se presente, inclui sintomas visuais, sensoriais (como formigamentos) ou linguísticos transitórios, como flashes de luz, ou dificuldades na fala.
Fase Dolorosa: A fase mais intensa, onde a dor de cabeça pulsátil ocorre geralmente em um lado da cabeça, acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som.
Fase Pósdrômica: Após a fase dolorosa, o paciente pode se sentir esgotado, cansado, sonolento, apresentar dificuldade de concentração e outras alterações cognitivas transitórias.
Como se trata a enxaqueca? O tratamento geralmente envolve uma abordagem combinada de medicamentos para alívio agudo das crises e medicamentos preventivas para reduzir a frequência e a gravidade dos episódios. Terapias não-farmacológicas, como mudanças no estilo de vida (como sono regular, alimentação balanceada e prática de exercícios físicos) e técnicas de relaxamento, também desempenham um papel crucial no manejo da condição. (Dodick, 2018, Neurology).
Existe cura para a enxaqueca? Atualmente, não há uma cura definitiva para a enxaqueca, mas muitos pacientes conseguem controlar eficazmente os sintomas com tratamentos adequados. Avanços contínuos na pesquisa estão ampliando nossas opções terapêuticas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes afetados.
F., como muitos outros pacientes que atendi, encontrou alívio significativo com um plano de tratamento personalizado. Com a combinação certa de medicamentos e mudanças no estilo de vida, ela conseguiu retomar suas atividades diárias com confiança renovada. Hoje, ela compartilha sua jornada não só como um testemunho de resiliência, mas também como um lembrete poderoso de que a enxaqueca não precisa definir o curso de nossas vidas.